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Curso de reanimação neonatal realizado em Pato Branco

Dois professores doutores da Universidade Federal do Paraná ministraram o Curso Teórico-prático de Reanimação Neonatal (25 de outubro), em Pato Branco. O evento, com oito horas de duração e vagas limitadas, foi ministrado para 16 pediatras de Pato Branco e região pelos professores Marcos Parolin Ceccato e Antonio Carlos Bagatin, que trabalharam com o treinamento e retreinamento prático de médicos que atendem recém nascidos.

Pela manhã, o conteúdo abordou os passos iniciais, ventilação com balão e máscara e massagem cardíaca; à tarde, os instrutores falaram sobre intubação traqueal e medicações. O curso faz parte do Programa de Reanimação Neonatal e é organizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Paranaense de Pediatria.

A iniciativa de trazer o curso para Pato Branco, algo que normalmente só acontece em grandes cidades, foi da equipe de pediatras da Policlínica Pato Branco. “A reanimação neonatal é importantíssima e todos os pediatras de Pato Branco foram convidados para o curso”, detalha o médico Fernando Rios Fonseca, coordenador clínico da UTI Neonatal e Pediátrica da Policlínica. Fonseca ressalta que o curso segue padrões mundiais de atendimento e que são utilizados pela academias norte-americanas de Pediatria e do Coração.

A pediatra Iara Kwiecinski, que também atua na UTI Neonatal da Policlínica, explica que o curso preparará os pediatras da região para prestarem atendimentos diferenciados e seguros em recém-nascidos. “Especialmente os casos de alto risco, que requerem agilidade e competência no atendimento, para evitar seqüelas posteriores e garantir qualidade de vida aos bebês”, observa. A pediatra salienta ainda que este será mais um diferencial de atendimento da Policlínica. “Nossa UTI Neonatal e Pediátrica é pioneira no setor e a única na região com escala de profissionais que realmente permanecem no hospital durante 24 horas por dia, todos os dias do ano”, completa Iara.

A importância do atendimento adequado
A ressuscitação do recém-nascido na sala de parto é um dos mais importantes desafios na prática pediátrica e pode influenciar na qualidade de vida do bebê, da família e o papel deste na sociedade. Um bebê com seqüelas, além de necessitar de cuidados relacionados à saúde por toda a vida com internações freqüentes, necessitará de estimulação por tempo prolongado e de educação especial. Além disso, o afastamento dos pais do trabalho e a diminuição da capacidade produtiva do próprio indivíduo terão reflexos significativos na saúde da população com alto custo social.

Segundo a Academia Americana de Pediatria, 5% a 10% de todos os bebês necessitam de alguma manobra de ressuscitação ao nascimento e de 1% a 10% dos nascidos em hospitais precisam de ventilação com pressão positiva. Em todo o mundo, ocorrem por ano mais de cinco milhões de mortes no período neonatal, e em 20% dos casos, a asfixia é responsável por estas mortes. Estima-se que cerca de um milhão destas crianças por ano poderiam ter destinos diferentes com a implementação de técnicas simples de reanimação neonatal.

No Brasil, a asfixia aparece com causa de morte em 11,7% dos óbitos ocorridos no primeiro ano de vida, em dados de 1995 pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM, CENEP/FNSMS), configurando-a como um importante problema de saúde pública com alto custo financeiro e emocional para a sociedade.

 

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